Primeiro dia de abertura tem corrida de clientes aos shoppings de Belém

Durante todo o dia de sábado (6), houve movimentação intensa nos shoppings de Belém e Ananindeua, durante o primeiro dia de abertura após o período de dois meses fechados por causa da pandemia de coronavírus e o período de isolamento social determinado pelo Governo do Estado e prefeituras.
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No shopping Castanheira, que fica na rodovia BR-316, em algumas lojas, foram identificadas grandes filas para entrar. Sobretudo em lojas de vendas de eletrônicos e de celular. Nos corredores, muitas pessoas transitavam entre um estabelecimento e outro para fazer compras.

Apesar disso, a entrada no shopping era controlada, funcionários encontravam-se em todas as portas e conferiam na hora a temperatura dos clientes. Nos estabelecimentos, funcionários aplicavam álcool em gel nas mãos de todos aqueles que decidiam entrar. Entre eles estava Rosilene Martins que, em busca de um celular novo, foi até o shopping e, segundo ela, a movimentação estava tranquila. “Olha eu tenho achado o movimento até leve, pensei que estaria ainda mais lotado. Não demorei muito para entrar e vim preparada com máscara. Eu vim comprar um celular para mim e já encontrei o modelo que queria”, disse.
Josinea Martins é gerente de uma ótica do Castanheira e destacou que uma grande força-tarefa foi montada para receber os clientes. “A gente recebeu EPI (Equipamento de Proteção individual) para usar durante o contato direto com o cliente e se manter protegido. Sabíamos que teríamos uma demanda maior com a volta das atividades e aguardamos todos os clientes, sem deixar de lado os devidos cuidados”, declarou.
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Juliane Monteiro de Oliveira havia acabado de fazer uma compra em um quiosque instalado no corredor do shopping e defendeu o retorno das atividades econômicas. “A gente precisa ter nossas coisas, movimentar o mercado e, de certa forma, estando em casa, muitas coisas ficam paradas. Claro que a população precisa ter consciência de que é preciso se proteger, mas a economia não pode parar”, comentou.


No Parque Shopping, localizado na avenida Augusto Montenegro, a movimentação para entrar era grande. Apesar disso, as filas que se formavam no local eram rapidamente desfeitas após todos os clientes passarem pelo processo de verificação da temperatura e higienização das mãos.
MANHÃ
Logo na abertura dos centros de compras, pela manhã, houve também muita aglomeração na porta e movimento. Duas horas antes de abrirem as portas, o que só ocorreu ao meio-dia, muita gente já aguardava do lado de fora de alguns lugares. Funcionários desses estabelecimentos tentavam organizar a entrada, informando inclusive que nem todas as lojas estariam abertas.

Para entrar no Shopping Pátio Belém, todas as pessoas, funcionários e consumidores, precisam passar por um aparelho para medir a temperatura. Somente 50% das vagas de estacionamento estão disponíveis, a Praça de Alimentação funciona apenas com delivery e entrega de produtos no local, onde não pode haver consumo, e todas as mesas, cadeiras e poltronas foram retiradas.
Em outro ponto da cidade, no Shopping Boulevard, o movimento de pessoas estava mais tranquilo e não havia fila para entrar. As pessoas foram recebidas com álcool na entrada e um equipamento posicionado na entrada verificava a temperatura de várias pessoas aos mesmo tempo, enquanto outro, fazia a medição individual.
SHOPPINGS REABERTOS
O decreto para reabertura dos shoppings foi publicado pela Prefeitura de Belém no último dia 5 de junho. Entre as normas para a volta do funcionamento dos shoppings centers em Belém estão a redução de horário, que agora passa a ser das 12h às 20h, a verificação de temperatura de funcionários e clientes, a oferta de álcool em gel ou álcool 70% para a higienização das mãos, marcações de distanciamento social, controle de pessoas dentro das lojas e o uso obrigatório de máscaras. Praças de alimentação, cinemas e parques infantis permanecem fechados. Além disso, o estacionamento deverá funcionar apenas com 50% da capacidade.
Entidades preveem efeitos em longo prazo para economia
Os setores do comércio não negam o otimismo diante da reabertura das atividades, mas também reconhecem que as perdas são reais e refletirão nos números pelos próximos meses, independente do cenário diante da pandemia. “As perdas foram graves. Só pra citar, em março as vendas do comércio varejista decresceram em média 10,5%. Em abril, a queda foi em média 57%. Em maio, decréscimos em média de até 80%. Esses percentuais representam a média, mas muitos estabelecimentos estavam fechados, então a retração foi maior”, explica o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-PA), Sebastião Campos.
“Definir datas é muito prematuro. O que temos que entender é que precisamos de responsabilidade de todos os envolvidos na retomada, saber e entender que, enquanto não tiver vacina, o vírus ainda está por aí, e precisamos seguir os protocolos definidos. Somente com isso poderemos ter a abertura gradual e total da nossa economia”, reforça João Marcelo, membro do Conselho dos Jovens Empresários (Conjove).
De acordo com as duas entidades do setor econômico, além do faturamento, dívidas se acumularam, entre outros prejuízos. “Os estabelecimentos comerciais estão retornando agora, e com redução de horário. Ainda há municípios no estado com estabelecimentos fechados. Ainda não há tempo suficiente para identificar todos os impactos, tanto pelo lado do empresário, quanto com relação à demanda, dadas as disponibilidades de emprego e renda e poder aquisitivo dos consumidores, que influenciam nessa retomada das vendas. É necessário aguardar a abertura de todas as atividades, o funcionamento sem redução de horários e os primeiros resultados efetivos para analisar o mercado e o comportamento da demanda, assim como as decisões e destravamento da política creditícia para se projetar os possíveis cenários de equilíbrio e recuperação”, afirma Campos.
Para ele, ainda é difícil prever em quanto tempo a economia se recuperará, já que os efeitos da pandemia são globais. “A funcionalidade é em cadeia, e todos os setores foram atingidos. Não é possível ainda determinar em quanto tempo se levará para o equilíbrio. Depende do ambiente macroeconômico, do mercado externo, do desempenho das atividades do nível de investimentos, da capacidade de geração de emprego e renda”, avalia Marcelo.